segunda-feira, janeiro 07, 2008

Contrastes


Dias em que uma pequena melodia faz escorrer lágrimas, daquelas de quem há muito tínhamos saudades. E queremos descobrir porque razão sentimos o coração a ser esmagado, devagarinho. Pequenas pressões. Pontos de interrogação. Dúvidas. Tormentos. Sufocos. E a sensação que não devíamos estar onde estamos, que o lugar não é o certo. Que o tempo deveria ser outro. E quando acordamos deste sono leve, que não nos deixa descansar, chove a potes lá fora.
Olhares desviados. Pensamentos contrários. Atitudes irracionais. Comportamento incógnito. As palavras, já alguém dizia, acabaram-se as palavras? O silêncio. E os olhares. Um misto de ternura e distância. O sufoco, de novo. A lembrança e a dor. E tudo seria tão mais simples e inócuo se procurássemos distinguir o preto do branco, o sol da lua, o frio do quente, a neve do sol. Mas não. Eu procuro o meio termo. 
Nunca fui muito de extremos. Às vezes acho que deveria ser mais vezes de extremos. Preto no branco. Talvez fosse mais fácil. Um ponto de final. Um voo nocturno. Asas de esferovite e pedaços de nuvens. Um encontro longe do pôr-do-sol. Mais perto. Mais distante. Dor. Silêncio. Fuga. Partida.
E os raios cá dentro. Fujam depressa.