E quem ali ficou sabia que não seria para sempre. Aquele estado de ser e não ser. De fazer e apagar. De sentir e imaginar que se sente. A fachada de um sentimento para além do explicável. E agora? - perguntava ela com as lágrimas perto de escorrerem pela face. Pensava a criança que tudo se iria resolver. Que aquilo não era mais do que um pequeno sonho mau.
Mas a vontade de destruir toda aquela autocracia desmedida era mais forte. Bem mais forte. Ingénua ao ponto de pensar que tudo aquilo não seria real. Mas aquilo não foi o suficiente. De dia para dia, a realidade ficava mais cruel. Os princípios são outros, pensava ela. Ou melhor, não são princípios porque quem rege a sua vida por estes ideais não é feliz, nem pessoa. É um medíocre, como ele próprio tinha já dito.
A criança ali ficou. Ingénua, mas mais forte. A tentar adaptar-se a uma situação que até agora desconhecia. Aos reles princípios de alguém que ultrapassa obstáculos, derrubando os melhores. Sem perceber que vai precisar deles. Ou então não, porque na reles mediocridade não existe o reconhecimento do outro. É pena.
Mas a ingenuidade, essa, já não é a mesma. E isso, ela deve-o a ele.Ponto final.
Parágrafo.
5 comentários:
Depois da tempestade vem a bonança, ja sabes!!
E oh miúda...deixa-me dizer-te...andas a ficar buédapuxada!!!:D
Bem miuda, infelizmente cada vez mais contamos com desilusões do que com boas surpresas quando se trata de trabalho...mas o que é certo é que estamos mais fortes...eles que venham.
trabalho, mundo cão...
"Há pessoas que, ainda que pretendam ocultá-lo, perseguem um fim distinto das outras. A sua atitude perante a vida denuncia-os", Tolstoi
Privilegiadas nós, que tivemos a oportunidade de conhecer, trabalhar, aprender e conviver com ele... e com a sua digna fidelidade a si próprio...
De resto, andaremos belas, mas surdas... até que valha a pena ouvir de novo... Tenho dito! Men!
:)
AC
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