segunda-feira, setembro 29, 2008

Borboletas


Estamos à janela, a ver o pôr-do-sol e somos surpreendidos por um toque no ombro. Uma leve brisa que ali passa. Trememos. Assustamo-nos. Não quer dizer nada, mas subtilmente acaba por dizer quase tudo.  Nos últimos meses tem sido assim. 

Borboletas. Duas. Ocupam o espaço sem qualquer tipo de preocupação. Procuram o lugar mais indicado para acasalar. Fico ali a vê-las, a brincar uma com a outra. A provocarem-se, num persistente toque de asas. Dançam e baloiçam naquele jogo natural de sedução. Páram. Perto de um velho castanheiro. À beira-rio. As asas ficam suspensas. Presas uma na outra. Cumplicidade. Trocam olhares, quem sabe. Sorriem. E dizem, sussurrando, palavras de amor.

São borboletas. Não sabem o que fazem. Brincam aos namorados. Voam. Mergulham na brisa. Atiram-se de cabeça. Porque um dia, um dia, vão procurar um cantinho perto daquela lua. Aquela que agora, depois de anoitecer, ilumina a dança de acasalamento. E elas vão. Sem destino. O essencial: amor ao luar.


2 comentários:

MaB disse...

Belos voos, estes!

beijo**adoro-te

ARN disse...

Catarina: as borboletas não falam.