quarta-feira, abril 20, 2011

Moldes

Moldaste-me assim.
Deixei-me moldar também, é verdade.
Agora, não há volta a dar.
Olho para o lado, é tarde, bem tarde, e eles correm de mão dada para passar o sinal prestes a ficar vermelho. Sorriem. E não, não são jovens. De aparência, pelo menos.
Porque correm com uma energia galopante. De quem enraízou aquele gesto.
E quero aquilo. Sorrio também. Com eles e para eles.
Apetece-me dizer adeus, mas eles correm muito depressa. Qualquer dia apanho-os.
E, com a música bem alto, volto a mim.
E ao que ficou.
Moldada. E duvido que sirva para alguma coisa.
Em pedaços de gelo. Que raio.
E eu queria mesmo era correr como eles. E não esquecer, de mão dada.

quinta-feira, abril 07, 2011

Aviso à navegação.

Não me prendas por palavras novas.
Que viciam.
Melhor, não me agarres com esse vaivém de brincadeiras.
Sou viciada em palavras. Em boas palavras.
Ainda não sabes isso. Ou melhor, sabes. Já to disse.
Mas apenas uma vez. E a medo.
Não fosse não corresponder à expectativa.
Ando à deriva. À procura do Norte.
Em fase experimental. Por isso, não arrisco demasiado.
Apenas o suficiente.
Para te deixar que me conheças um pouco mais.
Vou levantar o véu.
Mas entende, que é a medo.
Talvez um dia percebes o porquê.
Ou não talvez nunca o tenhas de perceber.
É um aviso.
Agora que tenha uma bússula.