Ouve o que te digo. Não, escuta. Como quem quer ou não entender o que se passa, tanto me faz. Aprende a escutar. Não os gritos de raiva ou as lágrimas durante o filme que vimos juntos.
[Lembras-te como ele gostava tanto de ser criança?]
[E de como me abraçavas?]
Entende que não te quero aqui. Quero que partas, sem dizer adeus. Tu, que nunca me deixaste ir mais além. Hoje, racionalmente, entendo o porquê. Ou talvez me force a entender, que nestas coisas do lado esquerdo nunca se entende a cem por cento.
[E de como sorria, lembras-te?]
["Não queres escrever uma letra para mim?"]
Não me perguntes. Não te chegues a mim como quem me quer percorrer o corpo das pontas dos cabelos aos pés da cama.
Quero deixar tudo ali. Exactamente onde deixei que quebrasses o muro - é sempre assim, já devia saber. Por isso, escuta.
Hoje, que o sol apareceu como sinal de alento. Hoje, que recomecei a escrever. Hoje, que deixo para trás os sorrisos, as letras e teu toque. Hoje, digo-te adeus.
E podia dizer até já. Podia.
Adeus.
[Não, não gastei as palavras. Mas voltei a usá-las sem ti.]
1 comentário:
parece-me inspirado no que alguns escreveram e, ao mesmo tempo, tao teu. que bom que é o regresso. olá. :)
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