quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Adoramos

Adoramos passear suavemente através dos grãos de areia.
Adoramos observar o pôr-do-sol em sintonia.
Adoramos "braços" apertados.
Adoramos fazer sofrer o outro com um ataque mortífero de cócegas. Até não mais poder.
Adoramos lanchar pãozinho com manteiga (eu da Matinal e tu da normal, mas às postas).
Adoramos sorrir um para o outro com aquele olhar de desafio.
Adoramos ver futebol (e torcemos pelos mesmos!).
Adoramos enrolarmo-nos na mantinha e adormecer agarradinhos.
Adoramos acordar um ao lado do outro.
Adoramos brincadeiras malucas (tu mais que eu!).
Adoramos fazer refeições um para o outro.
Adoramos um aperto de mão.
Adoramos os beijos.
Adoramos o pintas e o pingas (o que seria de nós sem eles?).
Adoramos os sorrisos.
Adoramos as pequenas coisas (muitas vezes tão incompreendidas).
Adoramos os pequenos defeitos um do outro (porque o amor é isso mesmo).
Mais que tudo, adoramo-nos um ao outro.

(Um miminho para ti, espero que gostes).

domingo, fevereiro 19, 2006

Siena

Uma pequena cidade com mil encantos.
As estreitas e pequenas ruas abrem caminho para grandes sonhos e grandes aventuras.
Novos conhecimentos. Uma lingua nova que eu adoro. Um povo simpatico e alegre.
Espero-vos aqui junto de mim para conhecerem também um pouco deste mundo maravilhoso que ainda agora comecei a conhecer.
Um beijo. Amo-vos.

(Desculpem a falta de alguns acentos, mas nao existem em italiano).

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Até já

E aqui estou eu perante esta "folha de papel" sem conseguir descodificar aquilo que sinto cá dentro, numa tentativa de conseguir pôr em palavras o que se atravessa na alma.
Vou para Siena, Itália. Parto amanhã com expectativas altas, mas com algum sufoco neste meu coraçãozinho de manteiga. Tento pensar que lá o tempo vai passar a voar e que tudo vai ficar bem, e é isso que me mantém feliz.
Vou partir para esta aventura de "armas e bagagens" e espero que seja, acima de tudo, inesquecível. Quem me acompanha vai ter que me aturar bastante (como diria o meu irmão: "Vou sentir falta de duas coisas: de ti e do teu mau feitio"- é sempre bom), mas também sabe que vai poder contar comigo para tudo (não é Torres?).
Deixo um "até já" sem demoras para os que ficam. Para a família, um beijo caloroso. Para os amigos do coração, um abraço apertado. Para ti meu amor, um beijo e um "amo-te" como só tu os sabes receber.
Ficam e eu parto. Mas o meu coração leva-vos comigo. Sempre. Até porque é só um "até já".
Beijos para vocês que "partem" comigo.
Até já (e não, não é publicidade à TMN).
Adoro-vos.
Vou sentir a vossa falta.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Um dia especial

Dia dos namorados...
Não percebo quando dizem que "é só mais um dia", "está tudo virado para o consumismo".
Na minha opinião, tal como se faz a tudo nos dias de hoje, procura-se encarar este dia como um dia igual a todos os outros em que brilha a luz ofuscante do consumismo.
Quem ama sabe que não é assim. E pode, sem peso algum na consciência, oferecer um presente...observar mais um sorriso de alegria. Mas também sabe que não é aquele presente que faz a diferença, mas o amor desse mesmo gesto. Romantismo a mais? Chamem-lhe o que quiserem, é assim que encaro este dia.
E o amor que está no gesto de dar (seja uma prenda ou uma demonstração de amor) é o que realmente conta. É o dia em que, mais do que todos os outros dias, se celebra o amor. Não o sinto como "mais um dia", mas como um dia em que dou ainda mais de mim para ver quem amo mais feliz ainda.
Provavelmente tecerão poucas ou nenhumas considerações sobre esta singela divagação mas, para mim, é sincera. Assim como o verdadeiro amor.
Por isso me identifico tão bem com o "Elogio ao Amor" de Miguel Esteves Cardoso.
Porque lá está tudo (ou quase tudo) o que penso.
E assim, de forma pura e feliz, te digo, sussurrando "Amo-te". Mais uma vez.
Vou sentir a tua falta.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Recordações

Os dedos entrelaçam-se com força. Pé ante pé, percorrem toda a cidade e sorriem para todos aqueles com que se cruzam. Exploram todas as pequenas ruas sobre as quais tantas vezes já tinham caminhado, mas sem olhar com atenção. Encontram pequenos sinais dos tempos que passam, cruzam o olhar, encolhem os ombros, sorriem e seguem novamente pela cidade.
O relógio não pára (tique-taque…tique-taque) mas o tempo parece não existir no seu mundo. Ele enche o peito de amor e suspira, ao de leve, palavras mágicas que enfeitiçam o coração. Ela, procura a palavra certa para conseguir resumir tudo aquilo que a faz respirar e gritar ao mundo de felicidade. Enquanto ela procura, seguem caminho.
Foram dar a um parque rodeado de pequenos jardins. Cada jardim tinha plantado uma espécie de flor. Eram quatro: um de rosas, outro de tulipas, outro de cravos e outro de frésias. As rosas eram amarelas, as tulipas lilases, os cravos vermelhos e as frésias brancas. Não procuram encontrar uma explicação. Sentaram-se e observaram cada um dos jardins. Não comentaram e cada um guardou para si aquele momento. Fecharam-no à chave e a mais ninguém pertence. Levantaram-se e sorriram um para o outro. As palavras foram desnecessárias.
Foram deixando pegadas de um caminho incerto no terreno de terra batida que ficava para trás. As pegadas estavam unidas pela sombra das suas mãos entrelaçadas e, quem ali parasse via, certamente, um rasto de amor. Não é fantasiar, é imaginar duas pegadas unidas por algo que não se vê, mas que existe. É importante que se preserve as pegadas, que se procure conservá-las o máximo de tempo possível, para que também se conserve a magia, o amor.
E foi isto que este homem e esta mulher fizeram até ao final das suas vidas. As mãos entrelaçadas não permitiram apagar cada momento daquele dia em que viajaram pela cidade e encontraram pequenas coisas que alimentaram a magia. Hoje, já velhinhos, ele volta a encher o peito de amor e volta a enfeitiçar-lhe o coração (“amo-te”, sussura). Ela, durante todos estes anos foi-lhe preenchendo cada dia com um pouco mais de si mesma, dando sempre o máximo que lhe era permitido. Hoje, percebeu que apenas lhe bastava dizer: “Leva-me para junto daqueles jardins novamente.” Sussurou-lhe ao ouvido, enquanto ele a olhava nos olhos e sorria. Ambos apagaram a luz e caminharam (pela última vez) para junto dos jardins.
As mãos entrelaçadas, as pegadas conservadas. Os jardins. Foram felizes. São felizes. Estão bem guardados à chave no meu coração. E não vos vou esquecer.