segunda-feira, janeiro 07, 2008

Contrastes


Dias em que uma pequena melodia faz escorrer lágrimas, daquelas de quem há muito tínhamos saudades. E queremos descobrir porque razão sentimos o coração a ser esmagado, devagarinho. Pequenas pressões. Pontos de interrogação. Dúvidas. Tormentos. Sufocos. E a sensação que não devíamos estar onde estamos, que o lugar não é o certo. Que o tempo deveria ser outro. E quando acordamos deste sono leve, que não nos deixa descansar, chove a potes lá fora.
Olhares desviados. Pensamentos contrários. Atitudes irracionais. Comportamento incógnito. As palavras, já alguém dizia, acabaram-se as palavras? O silêncio. E os olhares. Um misto de ternura e distância. O sufoco, de novo. A lembrança e a dor. E tudo seria tão mais simples e inócuo se procurássemos distinguir o preto do branco, o sol da lua, o frio do quente, a neve do sol. Mas não. Eu procuro o meio termo. 
Nunca fui muito de extremos. Às vezes acho que deveria ser mais vezes de extremos. Preto no branco. Talvez fosse mais fácil. Um ponto de final. Um voo nocturno. Asas de esferovite e pedaços de nuvens. Um encontro longe do pôr-do-sol. Mais perto. Mais distante. Dor. Silêncio. Fuga. Partida.
E os raios cá dentro. Fujam depressa.

4 comentários:

Sarita disse...

Não estejas tão angustiada, miúda. Um passinho de cada vez e, à medida que vais andando, pensa então no que vem a seguir.

Pegando num cliché tão utilizado, "a vida são dois dias", não os desperdices a pensar no que deveria ser feito.

Bjo grande*

ARN disse...

"Nada te perturbe", o ano está a começar, é altura de tomar decisões, mesmo que malucas, mas é altura de fazer qualquer coisa.

Deb disse...

Não te esqueças que foram as vírgulas, as exclamações, os pontos finais e as interrogações que nos juntaram, nós que tanto gostamos das palavras. Não te preocupes, que por maior que seja a crise, as palavras não esgotam - e olha que fala a pessimista!...
Dias assim todos devemos ter. É mais do que saudável. Afinal, é quando tropeçamos um bocadinho, nem que seja na almofada, que acabamos por nos levantar com mais força...
Olha que vou estar longe mas contigo!

Ah! E não há por que ser preto no branco. O cinzento está tão na moda... :)

Anónimo disse...

Há quem diga que o maior grau de cumplicidade é denunciado pelo silêncio...
Acho que quando nos sentimos confortáveis sem palavras, significa que estamos bem connosco. Procurar o bem-estar e encontrá-lo é que é tramado...
Vamos procurando, não é?

beijo enorme de amiga para amiga, oh Sousa!!!