quarta-feira, abril 14, 2010

Quero-te assim.

Subimos. Ficámos ali horas, deitados. Entre parêntesis. Parámos em relação ao mundo. Tocámos. Sentimos. Deixámos os medos de lado. Os melros, os pardais, as abelhas (fiquei calma, eu que nunca fico calma com insectos voadores), aqueles-que-não-sabíamos-dizer-o-nome. A serenidade entre buzinas distantes e carros apressados para o trabalho. Percorri-te o corpo. Ou melhor, partes de ti. Segredei-te ao ouvido (Desta vez sem palavras, às vezes fico cansada das palavras, do que repetimos sem ter noção. Cansada mesmo).

Ouviste bem o que te segredei? Guardaste em ti esse instante em que te quis dizer mais, mas que tive medo de te perder novamente? Guardaste em ti o momento em que hesitei dizer o quanto preciso de ti com medo de me dar mais uma vez? Percebeste quando te disse que "não me tinha lembrado de ti" com receio de te esquecer? Entende que tenho medo. De não podermos voltar.

Esse medo construiu um muro. Estou empenhada em fazê-lo cair.
Mas sou capaz de precisar de ajuda.


1 comentário:

Carol Schaffer disse...

Maravilhoso!Era td que eu precisava ler agora