segunda-feira, maio 24, 2010

Ainda bem que apareceste.

Começámos por meros sinais. Não podia adivinhar. Conversas, hesitantes, sobre sentimentos confusos. Relações entrelinhas. Cabeça no ar. Responsável. Não me lembro de cor da primeira conversa. Não decoro todos os pormenores. Mas percebi rapidamente que serias uma pessoa para ficar. Não eras, não és, daqueles pessoas que apenas passam. Não és daquelas com quem consiga não estar. Entendes-me assim? Se te explicar não me vais entender melhor. Eu sei disso.

Percebi que tinhas medos. Inseguranças. Que gostas de falar. Que gostas de ouvir. Gosto disso em ti. Quando me ouves até mais não. Quando sabes perfeitamente aquilo que tenho de ouvir. Mesmo que saibas que não o posso fazer. Porque sabes. Acho que nunca te disse, assim, que gosto que me oiças. Que gosto de te ouvir.

E, sim, é verdade. Às vezes parece que corre tudo mal. Pior, corre mal nos momentos piores. Ironia. Mas fiquei genuinamente feliz quando te percebi feliz. E realizada. Como pessoa. Gosto de te ver feliz agora. Sei que percebes tudo em mim. Mesmo quando não falo. Que entendes o que quero dizer quando digo exactamente o contrário.

Estou para aqui a tentar dizer-te que ainda bem que apareceste. Que preciso de ti. Acho estúpido quando dizem que não é amor, mas amizade. Porque vale tantas vezes mais que o amor. Porque falha muitos menos vezes que o amor, que a paixão. Ainda bem que apareceste. E que me deixas estar no teu mundo. Porque fazes falta no meu.

E, apesar de já ter percebido isso há um tempo, só agora me deu o aperto no peito. Ainda bem que apareceste.

7 comentários:

MaB disse...

Ainda bem que há pessoas que conseguem preencher o vazio que às vezes deixamos. Para que venha alguém que o consiga ocupar.:)

MRV disse...

Dasse, como eu adoro ver pessoas inspiradas pelo amor a escrever :)

Elfa Greenleaf disse...

"Ainda bem que apareceste"
Lindo! Simplesmente...

Anónimo disse...

Oh Mário!, o mais difícil é falhar quando a questão é descobrir a identidade do referente descrito no texto. Se fosse homem (o teu palpite),o personagem teria de ser o Alberto João, tendo em conta a "nacionalidade" da nossa Madeira ;)

Eduardo Fafiães Peres

Catarina disse...

Muito perspicaz senhor fafiães :)

Marilena R. disse...

Gostei !

ARN disse...

Ainda bem que cá andas.