segunda-feira, março 21, 2011

Obrigada.

Às vezes, quando estamos muito tempo no meu espaço perdemos a noção.
Deixamos a vontade de voar para mais tarde.
Hoje, recordo uma tarde no penúltimo dia de 2010.
Duas chávenas de chá.
Uma conversa a medo.
E um dossiê cheio de coragem. Muitas perguntas.
Tentei perceber o porquê de tudo aquilo.
E, de repente, cheguei lá.
Olhei para trás. Recordei-te quatro anos antes.
A ir embora para uma terra fria, sozinha.
Dessa vontade toda que tinhas.
E quem diria que eras de todas a mais mimada.
E percebes o que digo, como percebes que isto é tão bom.
Voltaste a ir embora porque este país não é para novos.
E foste. E voltaste. E foste. E voltaste. E foste.
E sempre que te sentia a ir, sentia-me a ficar para trás.
Tinha inveja. Mas uma inveja boa, sabes?
Escrevo estas palavras em forma de qualquer coisa banal porque te devo.
Devo-te o empurrão. Devo-te teres-me aberto os horizontes.
Devo-te a ajuda. Os mails. As traduções.
A paciência quando estavas cheia de trabalho.
Devemos-te todas essa passagem de testemunho.
Esse querer ser mais.
Essa transparente insatisfação.
A não resignação.
Se hoje, cheguei aqui, é por tua causa.
Se hoje, me sinto assim, é por tua causa.
Se hoje, quero mudar tudo, é por tua causa.
E isso, é mais uma razão para sorrires.
Esse poder que tens de mover montanhas. E sonhos.
Aconteça o que acontecer, já me superei.
E tu acreditaste. Empurraste-me.
Hoje, devo-te um pedaço daquilo que conquistei.
Amanhã, vou ficar a dever-te um sonho.
E, se aceitares, pago-te com a minha amizade.
Eterna.

4 comentários:

Deb disse...

"E isso, é mais uma razão para sorrires."
Sorrir? Chamas às lágrimas - sorrir?

Durante muito tempo tive pena de não me fazer ouvir, ou de não conseguir perceber se quem estava aí me ouvia ou me julgava, ou me invejava a mal. Não que acreditasse numa inveja má vinda de Amigos.

Foi muito difícil para mim voltar a primeira vez, porque estava a rebentar de histórias, e parecia que ninguém as queria ouvir. Pelos vistos queria, mas não sabia como perguntar. Com o tempo, habituei-me a não falar da minha vida cá longe para além do que me perguntavam ou do que soava oportuno.

E agora, quatro anos e meio depois, vejo que esse primeiro regresso deu lugar a uma longa caminhada, que pelos vistos inspirou. E o meu desejo de que alguém viesse fazer como eu, para me perceber, está a ser concretizado.

Quem te agradece sou eu, por saltares comigo nesta aventura. E um dia vais ser tu a ajudar-me nos passos seguintes!Vais dar-me conselhos, baseados na TUA experiência.

E agora o desejo, na língua que mais me ensinou: VIEL GLÜCK!!!
:)

Andreia disse...

Meninas, gabo-vos a vontade que já tive e que perdi no decorrer dos meses!PRINCIPAIS :-)

Guilherme Conde disse...

Espetacular.

Encanto-me, digo antes de meu comentário sobre o texto, com tais belíssimas palavras que foram escritas por ti, cara Catarina. É extremamente reconfortante saber que existe pessoas que usam mais do que bom vocabulário.

Sobre o texto, discordo de ti quanto a dever. A amizade eterna, paga por ti no fim do texto, mostra que não há cobranças de ambas as partes. Este belo sentimento descrito por ti em várias palavras não tem pagamento.
Acredito, profundamente, que um anjo caminhou contigo por muito tempo e finalmente, após ensinamentos e fortalecimentos, soltou-te para o mundo. Agora, estás consigo mesma. O anjo estará sempre aí, do seu lado, mas não segurará por um tempo sua mão, exatamente por confiar-te a opção de seguir fortemente seu caminho.


Meus parabéns,

Guilherme Conde"

ARN disse...

Que lindo!
Estou a torcer por ti miúda, e estou sempre orgulhosa de ti Deb!